Ao tomar posse na Saúde, Padilha promete reduzir tempo de espera no atendimento especializado, um dos pontos criticados da gestão de Nísia

Padilha admitiu que o problema persiste há anos, mas garantiu que o governo está em busca de soluções efetivas.

Durante a cerimônia de posse no Palácio do Planalto, Padilha admitiu que o problema se prolonga há anos, mas garantiu que o governo buscará soluções efetivas para ampliar o acesso da população aos serviços de saúde.

“Todos os dias vou trabalhar para buscar o maior acesso e o menor tempo de espera para quem precisa de atendimento especializado no nosso país. Não há solução mágica para um gargalo que ultrapassa décadas e que se agravou com a pandemia e o descaso do governo anterior.”

A demora em atendimentos especializados foi um dos maiores desafios enfrentados por Nísia em sua gestão, sendo também um dos motivos apresentados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para justificar a mudança no comando do ministério. Lula vinha cobrando uma postura mais política da ministra para responder às críticas do Congresso e atender às demandas de estados e municípios — uma abordagem que Padilha, com seu perfil mais articulador, deve priorizar.

Como medida para enfrentar o problema, Padilha anunciou a intenção de revisar a tabela SUS, que define a remuneração dos serviços prestados pela rede privada e conveniada ao sistema público. Segundo ele, o modelo atual não incentiva a redução das filas.

“Sei que a tabela SUS, da forma como remunera os serviços hoje, não acabará com a peregrinação do nosso povo. Teremos a coragem e a sabedoria necessárias para enterrar esse modelo da tabela SUS e construir um novo modelo. Começaremos essa renovação pelos serviços que geram mais tempo de espera. Teremos um novo modelo de remuneração. Pagaremos mais e melhor para atendimento especializado que aconteça no tempo correto. Uma tabela que poupe o tempo.”

A lentidão nos atendimentos se agravou após a pandemia de Covid-19, sobrecarregando o sistema de saúde e deixando milhares de pacientes na fila à espera de consultas, exames e cirurgias. Para evitar os desgastes que marcaram a gestão de Nísia, Padilha deve investir em ações que aproximem o ministério do Congresso e dos setores da saúde privada, garantindo o apoio necessário para viabilizar suas propostas.

A nomeação de Padilha representa uma mudança na estratégia do governo: sai uma ministra de perfil mais técnico, vinculada à comunidade científica, e assume um ministro com ampla experiência política e habilidade de articulação com parlamentares e governadores.

O objetivo é fortalecer o peso político do ministério e estreitar os laços com o Congresso, um fator considerado essencial para Lula nos próximos anos.

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