O Brasil terá o segundo maior déficit nominal do mundo em 2025, de acordo com as projeções do BTG Pactual, com um saldo negativo de 8,6% do PIB. Fica atrás apenas da Bolívia, que deve atingir 9,7%. O déficit nominal é o resultado da diferença entre as receitas e despesas do governo, considerando também o pagamento de juros da dívida pública, funcionando como um “placar geral” da política fiscal de um país. Quando o número é elevado, pode indicar que o país está gastando mais do que arrecada, o que acende um alerta para investidores e pode prejudicar a atração de capital estrangeiro.
Entre os 22 países analisados, o Brasil é o único emergente com um agravamento da situação fiscal. Em 2024, a previsão era de 7,8% do PIB, e agora, para 2025, a estimativa é de 8,6%. Em contraste, outros países emergentes, como México, Chile e Colômbia, apresentam déficits bem mais baixos, abaixo de 4% do PIB, com uma tendência de queda.
O aumento do déficit está diretamente ligado ao crescimento da dívida pública, com grande parte dos gastos sendo destinados ao pagamento de juros. Para tentar reverter esse quadro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um pacote fiscal no final de 2024. Contudo, especialistas apontam que, sem mudanças significativas, o impacto do déficit continuará a crescer, tornando cada vez mais difícil controlar a dívida pública.
Durante uma entrevista à CNN, Haddad foi questionado sobre a crise de confiança no governo, especialmente após o episódio envolvendo o Pix. Ele afirmou que, mesmo com desmentidos oficiais, a população preferiu acreditar nas fake news sobre o tema, refletindo uma desconfiança generalizada nas políticas do governo.
Além disso, o mercado reagiu com altas nos principais índices, com o dólar subindo 0,20% para R$ 6,06, e o Bitcoin avançando 3,20%, alcançando US$ 103.577.
